por Rafael Greca
O Hospital de Caridade – essência da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba – completou 136 anos de beneméritos serviços prestados à saúde e bem estar do povo no último dia 22 de maio.
O primeiro hospital de Curitiba, amplo e eficiente edifício, endereço de Saúde Pública, foi inaugurado que foi por Dom Pedro II, conforme o sonho do médico humanitário Doutor José Cândido da Silva Muricy, na visita imperial ao Paraná em maio de 1880.
Ontem, participei de uma cerimônia simbólica de reabertura da Porta da Misericórdia – o portal do Hospital – para a praça Rui Barbosa.
Aquela entrada histórica esteve fechada por várias anos, para “preservar o edifício antigo, patrimônio histórico”, e para “livrar” o dia a dia do Hospital da clientela de desvalidos que frequenta a praça.
Numa decisão corajosa, a atual diretoria liderada por June Westarb, quis reabrir o atendimento para os mais pobres no amplo saguão de honra da Santa Casa de Curitiba.
A partir da manhã da próxima segunda feira ficará para sempre aberta a Porta da Misericórdia . O edifício esplêndido voltará a ser aquilo que é sua vocação, a morada da Solicitude e da Misericórdia.
Um lugar onde as horas são marcadas pelo sino da Caridade e do Amor Fraterno. O ato simbólico da direção da Santa Casa curitibana reveste-se de um significado redentor para uma cidade – e um país – onde a Saúde Pública tem deixado a desejar.
A propósito, a Irmandade da Misericórdia está tentando uma audiência com o Ministro Ricardo Barros – dentro da Santa Casa.
Temos esperança que o deputado Ricardo Barros honre suas raízes paranaenses e olhe por este Hospital, centro de referência em cirurgias, especialmente as cardíacas.
Nossa Santa Casa tem um déficit de SUS que somará este ano aproximadamente 16 milhões. Uma temeridade em tempo de Temer presidente.
Se a Prefeitura de Curitiba – gestora local das verbas de SUS – não se espertar a Santa Casa corre o risco de decair, ferindo seus princípios mais elevados de respeito aos direitos da população, sobremaneira a mais desvalida.