O prefeito Gustavo Fruet, ontem, apoiou a permanência da presidente Dilma,repudiando o impeachment, em manifesto assinado também por outros 13 prefeitos de capitais brasileiras.
Terá sido para dar razão a sua vice-prefeita Miriam Gonçalves (PT) quando escreveu: – É interessante observar alguns comportamentos , desde o “nunca me identifiquei com o PT” ao “nunca fui identificado com o PT”. Esqueçam! Quem não traz a estrela no coração já a tatuou na testa.
O pesado custo político do processo Lava Jato, com suas condenações, já paira sobre a campanha Fruet 2012.Teria havido dinheiro vil na prestação de contas do PDT/PT?
O jornalista Rogério Galindo, na Gazeta do Povo, no seu blog Caixa Zero, a 28 de novembro passado, afirmou:
A empreiteira OAS fez a mais generosa doação oculta para a campanha de Gustavo Fruet (PDT) na disputa pela prefeitura de Curitiba. Foram R$ 500 mil, repassados no segundo turno por meio do diretório estadual do partido.
(…) Mais de 60% das doações para a campanha de Fruet vieram por meio de transações ocultas. A empresa doa para o partido, que repassa para o candidato. Assim, o nome da empresa não aparece na prestação de contas.
O caso da OAS é mais fácil de verificar por uma singularidade. O PDT paranaense registrou apenas duas doações recebidas.
Assim, os repasses para a campanha de Fruet são facilmente reconhecíveis. Além dos R$ 500 mil da OAS, é possível saber que um outro repasse oculto foi feito pela Tropical Transportes Ipiranga, no valor de R$ 100 mil.
A maior parte das doações ocultas ocorreu por meio do diretório do PT, coligado a Fruet desde o primeiro turno. A doação da OAS ocorreu no dia 22 de outubro, uma semana antes do segundo turno.
E não é só isto:
A Estre Ambiental, sucessora da Cavo, subsidária do Banco BTG Pactual, empresa responsável pela limpeza pública de Curitiba, voltou a ser alvo da Lava Jato, nesta terça 15.
A Estre também é uma empresa especializada na coleta e no tratamento de resíduos em plataformas petrolíferas e teria faturado cerca de R$ 700 milhões em contratos com a Petrobras entre 2011 e 2014, conforme a Lava-Jato.
Segundo a investigação da PF, as operações da empresa com a estatal de petróleo passaram por aprovação da diretoria de Serviços da Petrobrás, então dirigida por Renato Duque, que está preso e já foi condenado em primeira instância por corrupção, – publica o jornal Valor Econômico.
O Ministério Público Federa, já em novembro de 2014, encontrou indícios de direcionamento e dano ao erário na licitação da Transpetro que contratou o consórcio Estaleiro Rio Tietê (ERT), composto pela Estre mais SS Administração e Serviços, Estaleiro Rio Maguari ,para a construção de 20 comboios de barcaças para transporte de etanol pela Hidrovia Tietê-Paraná. A licitação deu-se em 2010, mas até hoje nenhuma barcaça foi entregue.
Na mesma semana, em novembro do ano passado, em que a Transpetro anunciou a saída de seu presidente Sérgio Machado, o doleiro Alberto Youssef confirmou ter repassado 1 milhão de reais para a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, senadora pelo PT do Paraná, conforme registro da revista Carta Capital.
Nem só de Lava Jato vive a lauta crônica da corrupção no serviço público local. Também na manhã desta terça, 15, o GAECO-PR prendeu Juliano Borghetti, irmão da vice-governadora Cida Borgheti(PROS), cunhado do deputado federal Ricardo Barros(PP) – relator do Orçamento Geral da União 2016 -, e tio da jovem deputada estadual Maria Vitória(PP).
Já réu numa ação de violência em jogo de futebol em SC, o ex-vereador agora é acusado de desvios de verbas para escolas públicas estaduais – na gestão Beto Richa – dentro da Operação Quadro Negro.
As investigações da operação apontam que a Construtora Valor Serviços Ambientais tenha recebido mais de R$ 19 milhões para a construção de escolas que não foram
efetivadasem várias cidades do estado.
O esquema funcionava a partir da fraude de relatórios produzidos por engenheiros subordinados ao chefe de fiscalização e obras da Secretaria de Educação.
“Estamos investigando de que forma ele [Juliano] participou nessa situação envolvendo a Construtora Valor nos contratos com a Secretaria de Educação”, declarou o coordenador do Gaeco Leonir Batisti, em entrevista ao portal G1.
Com a judicalização do processo político, o famoso juiz Sérgio Moro e o ministro paranaense do STJ Luis Edson Fachin são dois outros personagens que ditam as regras do jogo político em Curitiba, estes em lado oposto da mangueira anti-corrupção.
Ambos aplaudidos no recente jantar da Boca Maldita, promovido em Curitiba, no domingo, 13, no hotel Four Points, pelo senador Alvaro Dias e Yuri Siqueira. filho de Anfrísio Fonseca Siqueira, que instituiu a confraria em 1956.